sábado, 9 de abril de 2011
Das estações e assim
A Primavera é fodida. Os bichos e as flores e o sol e o verde das árvores... Tudo tão giro, vibrante e no entanto tão hormonalmente, inevitavelmente desorientador.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Passa mole
Não raras vezes a vida me prepara as situações que queria evitar ou com as quais me sinto insegura. Sem discursos auto-motivadores ou de auto-ajuda ou auto-qualquer coisa. No desafio ou na perda se dá o salto e é perfeitamente ciente disto que começo lentamente a dar os primeiros passos para deixar de ser uma passa mole. O que há a dizer, diz-se, seja agradável ou não. E sabe bem. É que guardar o não dito dá-me uma azia desgraçada.
sábado, 19 de março de 2011
Rebéubéu pardais ao ninho
Para quem tem essa intensa necessidade de aclamar diariamente os seus males: vão-se foder.
Estou-me nas tintas se estão cansados, se há roupa para estender ou louça para lavar. Se as tarefas são impossíveis, se o trabalho não cessa, se o periquito tem sede, se o dinheiro é pouco, se os amores vão mal. Não quero saber. Já não há tolerância para este tipo de discursos, que me perdoem. Não há ninguém que não tenha problemas e afazeres e a inequívoca falta de tempo para os resolver. Não vejo outro propósito neste choro a não ser o regozijo na auto-comiseração e, se assim é, que pobres de espírito e que fraca imaginação na procura de prazer. Pois a mim, regozijam-me três orgasmos seguidos e uma barra de chocolate – uma a seguir aos outros, para ser mesmo bombástico – isso sim é coisa pela qual massacraria alguém para ter. Agora espeta-secas de lamentos… não me lixem. O mais perverso é que a intenção passa mais pela manifesta imagem de trabalho árduo, dedicação e eventual exploração que contrasta com os demais, obviamente inferiores. Quanto mais se apregoa, mais me parece encenado – mesmo que seja verdade – e em busca de qualquer coisa: de aclamação, de um aumento, de férias, de palmas, do raio que os parta.
Devia ser proibido que nos usurpassem o tempo para estes fins, sem pedir autorização.
Estou-me nas tintas se estão cansados, se há roupa para estender ou louça para lavar. Se as tarefas são impossíveis, se o trabalho não cessa, se o periquito tem sede, se o dinheiro é pouco, se os amores vão mal. Não quero saber. Já não há tolerância para este tipo de discursos, que me perdoem. Não há ninguém que não tenha problemas e afazeres e a inequívoca falta de tempo para os resolver. Não vejo outro propósito neste choro a não ser o regozijo na auto-comiseração e, se assim é, que pobres de espírito e que fraca imaginação na procura de prazer. Pois a mim, regozijam-me três orgasmos seguidos e uma barra de chocolate – uma a seguir aos outros, para ser mesmo bombástico – isso sim é coisa pela qual massacraria alguém para ter. Agora espeta-secas de lamentos… não me lixem. O mais perverso é que a intenção passa mais pela manifesta imagem de trabalho árduo, dedicação e eventual exploração que contrasta com os demais, obviamente inferiores. Quanto mais se apregoa, mais me parece encenado – mesmo que seja verdade – e em busca de qualquer coisa: de aclamação, de um aumento, de férias, de palmas, do raio que os parta.
Devia ser proibido que nos usurpassem o tempo para estes fins, sem pedir autorização.
quarta-feira, 9 de março de 2011
Revolta
Quando pensava que poderia advir de um canal, afinal vinha de outro. E só percebi hoje. De facto, é uma ira que me inflama as entranhas e não, não é azia.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Sigur Rós
Chamem-lhe dureza de ouvido, mas... não consigo.
Entre a profunda depressão e as versões de Teletubbies venha o diabo e escolha.
Entre a profunda depressão e as versões de Teletubbies venha o diabo e escolha.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Descubra as diferenças
Que o Pop seja a banalidade de uma batida contagiante até se pode concordar. Agora que há mensagens subliminares nos comportamentos dos ícones, que vão além do senso comum também me começa a parecer inegável. Só não me parece que os ouvintes da Cidade FM percebam que a aproximação de uma Lady Gaga a uma Orlan poderá revelar uma tomada de posição de hibridismo, de crítica à superficialidade, ao culto do corpo, ao sofrimento a todo o custo em prol de uma estética/imagem supostamente exigida pelos olhos alheios, mais do que uma mera fatiota e maquilhagem excêntricas, para atrair atenções.
Em todo o caso, se bem entendi, gostei da mensagem.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Lipstick jungle
Se o mundo do trabalho já era uma selva, agora é mesmo um caso de vida ou morte. Luta-se por um lugar como por sobrevivência, seja porque dele resulta o pão para comer ou o poder para se ser, só. Há pequenos poderes que fazem as delícias dos grandes frustrados, tanto os que de facto existem como os que se podem fantasiar e fazer inchar egos já de si insuflados. É um andar sempre à cautela, antes que alguém se aperceba que afinal não fazemos assim tanta falta. Então, inventam-se posições e importâncias, resguarda-se o trabalho para que nunca se defina muito bem, sempre meio enevoado mas assumido como altamente imprescindível. Que ninguém tenha a ousadia de realizar tarefas alheias, nem que seja por pura colaboração. Toda e qualquer tentativa de ajuda é uma intromissão.
Hoje, mais do que precisar de trabalhar para pagar as contas, muitas pessoas precisam de trabalhar para auto-flajelar a insegurança que lhes lateja no fundo. Principalmente, mulheres, constato. Nada como uma boa pila para relativizar problemas e descentralizar atenções.
Hoje, mais do que precisar de trabalhar para pagar as contas, muitas pessoas precisam de trabalhar para auto-flajelar a insegurança que lhes lateja no fundo. Principalmente, mulheres, constato. Nada como uma boa pila para relativizar problemas e descentralizar atenções.
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