quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Rosa azulado ou azul rosado


Boys wanna be her, Peaches

Fechou assim o dia. Com uma pequena passagem por determinada letra televisiva em ângulo recto, do alfabeto, concluo que mulher pode rimar com homem, excepto quando a rima é rebuscada demais e... não "apetece". Agrada-me a cada vez maior hibridez dos géneros, embora as bases que nos distinguem estejam sempre por lá. Faz-me romancear sobre a egalité, seja sob que premissa for. É bonito, sei lá...

And now for something completely different


Putas em Portugal e no Mundo, Irmãos Catita

E hoje um apontamento sui generis. Aqui fica esta pérola protagonizada por esta bela trupe. De realçar os bons músicos que a compõem, a poesia audaz perfeitamente integrada na métrica, os deliciosos apontamentos delico-doces no final de cada quadra quando se pronunciam as maiores indecências e o toque épico da melodia com pequenos laivos profundamente irónicos do hino português. Por fim, de assinalar o vibrato destas vozes possantes, como cereja no topo do bolo.

Impecável.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Tututurututururu Tututurututururu


Tom's Dinner, DNA com Suzanne Vega

Começou assim o início da tarde, rumo à segunda etapa do dia. Foi também, assim, que se deu o "clic" para um novo ciclo de boa disposição e energia. Um som boa onda e um ansiado trago de café transformaram-me o dia. Chega de nuvens a poluirem-me a visão periférica, corpo dorido e cabeça cheia.

Ay, abrázame esta noche

Neste momento, na RTP2, Rodrigo Leão. É daqueles concertos sem grandes conversinhas, surpresas ou animações. É a música e as emoções puras e duras, porque o bastam tal como são. Sem acessórios de festarola.

Daqueles concertos com uma energia fora do vulgar, de músicos de sorriso largo no final de cada música pela simples satisfação do momento, pelo prazer, pela pica e pelo regozijo do público.

Entre as vozes escolhidas, os instrumentos e os jogos de intensidades diriamos que não é produto português como é tão de nosso tom, não é?

Muito, muito bom. De encher a alma e revigorar para um novo dia.

Porque me inquieta. Porque me liberta. Por me ser vital.


Inquietação, José Mário Branco

"Enquanto alguém fizer vibrar o instrumento" múltiplas são as sensações, as experiências, as memórias e as transformações que nos tocam. Enquanto as palavras e as notas nos fizerem mover, nos impelirem a agir e colorirem a aparente apatia da vida, exultemo-la. Deixemo-nos vibrar, sonhar, reflectir e brincar com a razão.

Vivamos na dança, na doce melodia da fantasia. E do choro. E do riso.

Que aquele acorde nos acorde.