terça-feira, 23 de março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

Assim



Apetece-me assim, nesta versão amadora, underground, cigarro na mão, minimalista, a cagar-se e a deixar fluir. Nada me faz sentir melhor, num dia assim, do que ouvir "she won't fuck you like I do", em grande porte altivo e exponente sensua(sexua)lidade. Há dias assim. Assim, só por dizer e mandar umas tretas para o ar só para "relieve the tension I feel inside", porque "I'm in tha mood". Melhor ainda quando nos apetece dizê-lo tal e qual, porque é verdade, porque "last night I fucked your boyfriend" só porque "I remember all your spots", por tua culpa, aliás ambos sabemos que "she's not into that wild shit". Foda-se que poder. Não quereria outro, este sabor é fantástico e único, capaz até de fazer esquecer mágoas rancorosas a apodrecer mesmo por baixo deste poderoso brilho. Sim, não é outra coisa que um exorcismo de dor. Escancara-se o que se tem de mais poderoso, nem que seja a foda. O que há melhor que. E homem que é homem põe a foda em 2º lugar, para aí...

E então, se te apetecer, eu nem me importo, só naquela de aliviar a tensão. Nem me importo de ser a tua puta e deixar que uses o que afinal mais gostavas, porque o resto não chegou. E vou fingir que são réstias de amor o que me dás e nem vou reparar que me faço o favor a mim.

Que se foda. O poder continua a ser imenso. É o que diz esta música: que se foda. E eu gosto dela assim.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Músicas de vómito #1



Inicio aqui uma nova rubrica, vá, sobre as minhas eleitas para música de vómito. Aquelas que mal detecto os primeiros acordes, mudo imediatamente de estação radiofónica. Para começar em grande, cá está a música que mais me revolve as entranhas desde 1993. Passados 17 anos tem a proeza de continuar a surtir o mesmo efeito em mim, o que prova que a minha aversão não se deveu apenas ao martelanço contínuo da dita nas rádios.

Agoniem-se.

sábado, 13 de março de 2010

I am the drug

A música relaxa-me mais do que Xanax. Dá-me boas vibrações, muda-me o humor, carrega-me a energia de um café. Talvez por isso tenha tendência para ouvir sempre mais música ritmada, música para cima, talvez o melhor ansiolítico para os dias de hoje. Curiosamente, há passagens desta ou daquela música que fazem toda a diferença, pelos acordes ou pela voz ou pela letra ou então pela aliança entre todos os componentes. Metamorfoseio-me por momentos, crio uma aura de luz, de força, sedução. Sou meia bruxa, meia louca, toda meretriz, toda criança. Grito alto, esqueço quem está ao lado, quem poderá espiar-me. Esqueço as vergonhas e os afazeres, as necessidades. Não há fome ou frio que a adrenalina compensa. Revivo as coisas, as pessoas, peco em “pensamentos, actos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa” e recrio outras tantas. Fantasio momentos, corto e colo em produção cinematográfica, o argumento não é esquecido. Tudo é perfeito, porque perfeita é a banda sonora. Ou então entro nas histórias das canções, sinto-o, digo-o e é tudo real no meu mundo tresloucado. Regresso ao seu tempo, seja de poupa e permanente ou vestido de lantejoulas ao piano. Nunca fui apanhada em pleno delito, os segredos mantêm-se nossos, entre mim e ela. É por isso que lhe sou fiel e lhe continuo a dedicar grande parte da minha vida. Imagino que produz em mim um efeito único, que foi feita para mim e que mais ninguém a vive e entende como eu. É absolutamente obsessiva e eu dela dependente, alucinogenicamente drogada, faço perdurar o vício sem qualquer intenção de cura.

terça-feira, 2 de março de 2010