sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sigur Rós

Chamem-lhe dureza de ouvido, mas... não consigo.

Entre a profunda depressão e as versões de Teletubbies venha o diabo e escolha.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Descubra as diferenças




Que o Pop seja a banalidade de uma batida contagiante até se pode concordar. Agora que há mensagens subliminares nos comportamentos dos ícones, que vão além do senso comum também me começa a parecer inegável. Só não me parece que os ouvintes da Cidade FM percebam que a aproximação de uma Lady Gaga a uma Orlan poderá revelar uma tomada de posição de hibridismo, de crítica à superficialidade, ao culto do corpo, ao sofrimento a todo o custo em prol de uma estética/imagem supostamente exigida pelos olhos alheios, mais do que uma mera fatiota e maquilhagem excêntricas, para atrair atenções.

Em todo o caso, se bem entendi, gostei da mensagem.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Lipstick jungle

Se o mundo do trabalho já era uma selva, agora é mesmo um caso de vida ou morte. Luta-se por um lugar como por sobrevivência, seja porque dele resulta o pão para comer ou o poder para se ser, só. Há pequenos poderes que fazem as delícias dos grandes frustrados, tanto os que de facto existem como os que se podem fantasiar e fazer inchar egos já de si insuflados. É um andar sempre à cautela, antes que alguém se aperceba que afinal não fazemos assim tanta falta. Então, inventam-se posições e importâncias, resguarda-se o trabalho para que nunca se defina muito bem, sempre meio enevoado mas assumido como altamente imprescindível. Que ninguém tenha a ousadia de realizar tarefas alheias, nem que seja por pura colaboração. Toda e qualquer tentativa de ajuda é uma intromissão.

Hoje, mais do que precisar de trabalhar para pagar as contas, muitas pessoas precisam de trabalhar para auto-flajelar a insegurança que lhes lateja no fundo. Principalmente, mulheres, constato. Nada como uma boa pila para relativizar problemas e descentralizar atenções.

Em breve

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Escolhas



Tenho invariavelmente, ainda que light, um apreço especial por este filme. Mais do que boas ou más escolhas, consoante os olhos de quem vê, importa a possibilidade de conseguir ver, querer ver, e escolher.

Melhor ainda é olhar uma segunda vez e ver uma Tori Amos com a orquestra do baile ou uma Macy Gray na banda sonora. Senhoras destes temas e está tudo dito. Genial.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

No divã


A noite foi agitada. Entre dois sonhos diferentes (que recorde) ambos tinham animais que me comiam a carne. A minha, do corpo, não a do frigorífico, entenda-se. Não foi propriamente agradável passar a noite a fugir ora de um cão sarnento que me mordia o braço e arrancava pedaços, ora de sanguessugas verdes e gordas, que me sugavam o sangue e a pele e tudo o mais que conseguissem até deixar buracos nos membros. Não seria bonito de se ver, não foi bonito de sonhar.

Não raras vezes, reflicto sobre os meus sonhos e a verdade é que acabo sempre por lhes descobrir uma razão, ainda que - poder-se-á dizer - rebuscada. E não é que se fez luz quando recordei a recente confirmação da cessação do abono de família? Lá está... Eu que sou uma miúda com uma situação profissional absolutamente estável e com vasto património adquirido não tenho direito a esse tipo de benesses.

Também a rapariga da caixa me perguntava se sabia de algum trabalho para ela. Que esteve de baixa e por essa razão não lhe renovaram o contrato, sim, porque enquanto lá estivesse o Sócrates e o outro isto não andava para a frente. Fiquei a pensar quem seria o outro no meio de tantos possíveis, mas ao que parece personifiquei a dupla em cão sarnento e sanguessuga, em que um é o outro e vice-versa.

Acho que é basicamente este o raciocínio imediato de associação. Tenho o subconsciente revoltado.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

De outra vida

"Olha lá, mãe, traz aí um prato!"


É frase que nunca lhe oiço, pelas raras vezes em que estão juntos. Não deixa de ser estranho ouvir-lhe palavras novas, principalmente depois de tanto tempo. É como se lhe conhecesse um novo lado, o de filho.

Foi exactamente aí que voltei a recordar a mesma palavra que deixei de dizer há anos e que, de alguma forma, me amputou um dos lados.