quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

No divã


A noite foi agitada. Entre dois sonhos diferentes (que recorde) ambos tinham animais que me comiam a carne. A minha, do corpo, não a do frigorífico, entenda-se. Não foi propriamente agradável passar a noite a fugir ora de um cão sarnento que me mordia o braço e arrancava pedaços, ora de sanguessugas verdes e gordas, que me sugavam o sangue e a pele e tudo o mais que conseguissem até deixar buracos nos membros. Não seria bonito de se ver, não foi bonito de sonhar.

Não raras vezes, reflicto sobre os meus sonhos e a verdade é que acabo sempre por lhes descobrir uma razão, ainda que - poder-se-á dizer - rebuscada. E não é que se fez luz quando recordei a recente confirmação da cessação do abono de família? Lá está... Eu que sou uma miúda com uma situação profissional absolutamente estável e com vasto património adquirido não tenho direito a esse tipo de benesses.

Também a rapariga da caixa me perguntava se sabia de algum trabalho para ela. Que esteve de baixa e por essa razão não lhe renovaram o contrato, sim, porque enquanto lá estivesse o Sócrates e o outro isto não andava para a frente. Fiquei a pensar quem seria o outro no meio de tantos possíveis, mas ao que parece personifiquei a dupla em cão sarnento e sanguessuga, em que um é o outro e vice-versa.

Acho que é basicamente este o raciocínio imediato de associação. Tenho o subconsciente revoltado.

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