domingo, 29 de agosto de 2010

Ou como diria Sara Jessica Parque

Homens. Nós, mulheres, sempre tivemos o péssimo hábito de os compartimentar. Porque os homens são assim ou assado e as mulheres não. Porque há homens fritos e cozidos e mulheres completamente diferentes. Mas há uma verdade indiscutível, que deve ser assumida: há-os que conhecem o pior de nós e nos amam mais e há-os que nem por isso. Apenas isto faz a diferença entre os que valem a pena e os que não valem a pena. São os que nos vêem parir, que aguentam o ranho no nariz e o resto de espinafre nos dentes. Os outros preferem achar que não sofremos de flatulência e olham para o lado para não dar de caras com o hálito e ramelas matinais. Dar-lhes estas doses de realidade fá-los (aos bons) acreditar que lhes confiamos as nossas deprimentes intimidades por amor - o que não deixa de ser verdade.

Aos que insistem em ver as mulheres, namoradas, parceiras, amigas, coloridas como bonecas de porcelana... não há pachorra. Imagino a carga de trabalhos que deve dar este alerta constante para não desiludir o macho. Aposto que depois lhes aturam as fungadelas e ressonares de motor de arranque. Reitero. Pior que dar trela a estes marialvas, apreciadores das damas de companhia, são elas a assumir o papel. E também as há, aos magotes. Gabo-lhes a paciência e não a auto-comiseração.

Depois também os há no meio-termo. Aqueles que até fingem aceitar tudo muito bem e no alto das suas cabeças há um balão de pensamento bem grande a dizer: Já podias ter depilado essas pernas!

Abaixo os juízos estereotipados e espartilhantes! A premissa é apenas uma e é fácil de detectar estes bichos censuradores. Geralmente são aqueles que nos querem sempre lavadinhas e cheirosas na hora de se lambuzarem. Amigas, os bons são os que nos querem ainda mais com 3 dias sem banho.

domingo, 22 de agosto de 2010

Hoje há pipis


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Amor Veneris


O descobrimento de Mateo Colombo surge, precisamente, quando os âmbitos das mulheres - sempre da porta para dentro - começam, pouco a pouco e subtilmente, a sair dos muros dos beatérios e dos monastérios, dos prostíbulos ou da tépida, mas não menos monástica, doçura do lar. A mulher, timidamente, atreve-se a discutir com o homem. Com algum exagero, chegou-se a dizer que no século XVI é travada a "Batalha dos sexos". Verdade ou não, a questão das incumbências das mulheres instala-se como um tema de discussão entre os homens.

Em tais circunstâncias, o que era a "América" de Mateo Colombo? Certamente, o limite entre descoberta e invenção é muito mais difuso do que parece à primeira vista. Mateo Colombo - é hora de dizer - descobriu aquilo com que todo o homem sonhou alguma vez: a chave mágica que abre o coração das mulheres, o segredo que governa a misteriosa vontade do amor feminino. Aquilo que, desde o início da História, foi procurado por bruxos e feiticeiras, xamãs e alquimistas - mediante a infusão de toda a sorte de ervas ou o favor de deuses e demónios -, aquilo, enfim, que todo o homem apaixonado sempre ansiou, ferido pelo desamor do objecto dos seus desvelos e da sua desdita. E também, aliás, aquilo com que os monarcas e governantes sonharam, pela mera ambição da omnipotência: o instrumento que subjugasse a volátil vontade feminina. Mateo Colombo buscou, peregrinou e, finalmente, encontrou a sua "doce terra" desejada: "o órgão que governa o amor nas mulheres". O Amor Veneris - tal é o nome com o que o anatomista o baptizou, "se me é permissível dar nomes às coisas por mim descobertas" - constituía um verdadeiro instrumento de potestade sobre o escorregadio - e sempre obscuro - arbítrio feminino. Por certo, tal achado apresentava mais do que uma aresta: "Com que calamidades a cristandade não se veria confrontada se as hostes do demónio se apoderassem do feminino objecto do pecado?", perguntavam-se, escandalizados, os Doutores da Igreja. "O que seria do rentável negócio da prostituição se qualquer pobre entrevado pudesse ganhar o amor da mais cara das cortesãs?", perguntavam-se os ricos proprietários dos esplêndidos lupanares de Veneza. Ou, ainda pior, o que aconteceria se as filhas de Eva descobrissem que trazem no meio das pernas as chaves do céu e do inferno?


O Anatomista, Federico Andahazi

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Esta foto...


...foi catrapiscada ao deus que a criou e está absolutamente genial.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Escrever à janela


Quase tão bom como chocolate mole a desfazer-se na boca.

Cabaret



Eu que sou rapariga para acreditar em vidas passadas, já decidi que fui dançarina de cabaret, assim ao estilo Moulin Rouge. Confirmam-me a capacidade de alçar a perna até à orelha, o bichinho por tudo o que envolva música e dança, a exaltação do poder do mulherio, a mistura de uma boa dose de sexualidade e, provavelmente, aliaria à dança a bela arte da prostituição. Fina, claro. A musa lá do antro, conhecedora das mais sofisticadas técnicas do prazer, como ofício. Lá me repousaria entre veludos vermelhos até à hora de apresentar todo o meu esplendor aos mais lânguidos olhares masculinos. Entregar-me-ia a quem quisesse, só porque podia. E, um dia, render-me-ia ao galã mais cobiçado que me desejava e bajulava apenas a mim, após grande luta contra a submissão de um coração irremediavelmente romântico.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Artur


Tão cansado de nada
tão cansado de tudo o que há no nada
tão meu
tão certo e arrependido
tão teu
distante e perplexo
tão vosso e ignorado
tão do tempo
tão da noite
tão destes dias cegos
- entre o conhecido e o desconhecido
tão perdido
tão perdido e oculto
como levado pelo vento.


Artur do Cruzeiro Seixas, Obra Poética-II

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Chateiam-me

As férias e os blogs com elas.