quarta-feira, 23 de março de 2011

Passa mole

Não raras vezes a vida me prepara as situações que queria evitar ou com as quais me sinto insegura. Sem discursos auto-motivadores ou de auto-ajuda ou auto-qualquer coisa. No desafio ou na perda se dá o salto e é perfeitamente ciente disto que começo lentamente a dar os primeiros passos para deixar de ser uma passa mole. O que há a dizer, diz-se, seja agradável ou não. E sabe bem. É que guardar o não dito dá-me uma azia desgraçada.

sábado, 19 de março de 2011

Rebéubéu pardais ao ninho

Para quem tem essa intensa necessidade de aclamar diariamente os seus males: vão-se foder.

Estou-me nas tintas se estão cansados, se há roupa para estender ou louça para lavar. Se as tarefas são impossíveis, se o trabalho não cessa, se o periquito tem sede, se o dinheiro é pouco, se os amores vão mal. Não quero saber. Já não há tolerância para este tipo de discursos, que me perdoem. Não há ninguém que não tenha problemas e afazeres e a inequívoca falta de tempo para os resolver. Não vejo outro propósito neste choro a não ser o regozijo na auto-comiseração e, se assim é, que pobres de espírito e que fraca imaginação na procura de prazer. Pois a mim, regozijam-me três orgasmos seguidos e uma barra de chocolate – uma a seguir aos outros, para ser mesmo bombástico – isso sim é coisa pela qual massacraria alguém para ter. Agora espeta-secas de lamentos… não me lixem. O mais perverso é que a intenção passa mais pela manifesta imagem de trabalho árduo, dedicação e eventual exploração que contrasta com os demais, obviamente inferiores. Quanto mais se apregoa, mais me parece encenado – mesmo que seja verdade – e em busca de qualquer coisa: de aclamação, de um aumento, de férias, de palmas, do raio que os parta.

Devia ser proibido que nos usurpassem o tempo para estes fins, sem pedir autorização.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Revolta

Quando pensava que poderia advir de um canal, afinal vinha de outro. E só percebi hoje. De facto, é uma ira que me inflama as entranhas e não, não é azia.