Se o mundo do trabalho já era uma selva, agora é mesmo um caso de vida ou morte. Luta-se por um lugar como por sobrevivência, seja porque dele resulta o pão para comer ou o poder para se ser, só. Há pequenos poderes que fazem as delícias dos grandes frustrados, tanto os que de facto existem como os que se podem fantasiar e fazer inchar egos já de si insuflados. É um andar sempre à cautela, antes que alguém se aperceba que afinal não fazemos assim tanta falta. Então, inventam-se posições e importâncias, resguarda-se o trabalho para que nunca se defina muito bem, sempre meio enevoado mas assumido como altamente imprescindível. Que ninguém tenha a ousadia de realizar tarefas alheias, nem que seja por pura colaboração. Toda e qualquer tentativa de ajuda é uma intromissão.
Hoje, mais do que precisar de trabalhar para pagar as contas, muitas pessoas precisam de trabalhar para auto-flajelar a insegurança que lhes lateja no fundo. Principalmente, mulheres, constato. Nada como uma boa pila para relativizar problemas e descentralizar atenções.
Sem comentários:
Enviar um comentário