"Não compliques, um gajo anda aqui para trabalhar e fazer cachopos, por isso não queiras ser tão moderna e complicadinha."
Foi o que lhe disse. Tumba, vai buscar. E ela concordou. Pois claro, também eu concordo. No fundo, é isto mesmo, para quê complicar? E aplica-se a tantas de nós recém pós-adolescentes, ainda na esperança de mudar o mundo, na nossa fúria de emancipação e feminismo, como se quisessemos recuperar qualquer coisa que nos roubaram. Andamos sempre à espreita, à cautela, que nem o papão ou o príncipe encantado ficaram arrumados no baú dos brinquedos. Sempre a rebolar com complexos edipianos - e outros - para trás e para a frente. Que canseira.
Enfim, não deixa de ser uma perspectiva um bocado simplista da vida, mas... lá está: "não queiras ser tão complicadinha". Resta-nos trabalhar para comer e multiplicar-nos para fazer proliferar a espécie e ter alguém que nos alimente quando formos velhos (sobrevivência, again). A beleza deste grande reboliço é saber tornar estas balelas em algo interessante e perceber que nos resta fazer algo que nos dê prazer, seja a trabalhar, seja a foder; seja a transformar qualquer minúsculo dom em algo proveitoso, seja a amar, amar, amar um homem, um filho.
Por isso, simplifiquemos e sejamos felizes. A busca da perfeição em nós e nos outros é inevitável e, de alguma forma, saudável. Mas, mais cedo ou mais tarde, vamos acabar por concluir que o é até certo ponto. Quando nos engole e não resta mais nada a não ser insatisfação, haja alguém que nos relembre a simplicidade humana.
3 comentários:
:) É sábio ele e por aqui também fez eco.
Madame Clau! Saudades, tenho andado muito arredada destas lides.
Quanto ao teu post, muito bom, continua muito bom aqui. Faz tudo tao pouco sentido. Nao vale procura-lo. É gozar, é comer, é amar as pessoas. O resto é nada.
Beijos
Saudades, ruralita emigrada!
Vai aparecendo sempre... :)
Muitos beijos!
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