sábado, 10 de abril de 2010

Kate


Ouvi-a pela primeira vez enquanto girava no carrossel da Feira de Março. Lembro-me como se fosse hoje. Não sei porquê aquela música entrava-me no espírito, dava-me uma prazer imenso. Ainda maior que todas aquelas giratórias, subidas e descidas a uma velocidade quase estonteante. E lá ia eu atirada contra girafas e leões, no meu banquinho preferido, zonza de tantas voltas, animais, música e aquela voz nasalada que dizia: Mais uma voltinhaaaaa!

Estranhos sítios para ouvir boa música. Mais estranho ainda memorizá-la em plena alucinação feirante. Voltava sempre àquele carrossel, naquele ano, daquele mês de Março, na esperança de ouvir novamente aquela música que me transportava melhor ainda para outras dimensões.

Lembro-me ainda de a ouvir em repeat nas visitas de estudo, a meias com o meu parceiro de estudos e conversas, Bué. Que recordações tão banais e ainda assim tão presentes na minha mente. Há, de facto, músicas que têm este efeito. Ainda hoje a oiço com o mesmo prazer, há nela um misticismo que nunca hei-de conseguir perceber, quanto mais explicar. No dia em que acontecer vou deixar de gostar dela como agora e constato que o mesmo se aplica a tantas outras coisas da vida.

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