sábado, 29 de janeiro de 2011
Subúrbios
Tem qualquer coisa de Badly Drawn Boy que me vicia os ouvidos. Gosto muito desta nova faceta dos Arcade Fire.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
sábado, 15 de janeiro de 2011
Ramerrame
Sim, existe.
O mesmo que ramerrão s. m.
1. Som monótono e continuado.
2. Salmodia, litania, ladainha.
3. Rotina; costumeira.
Di-lo a DonaInês vezes sem conta, que gosta do seu ramerrame e que já não passa sem ele. Não há cá desvios ou invenções, a vidinha é levada assim e pronto. No fundo, acaba por ser tudo mais seguro por ser expectável, porque já se conhece, porque segue um trilho, uma norma e desagua em algo tranquilo, certo e feliz.
Preocupa-me.
No ramerrame andamos todos. Mais dia menos dia, espera-nos. Aliás, procuramo-lo. Enquanto se corre quase sem fôlego por um lugar ao sol, tudo parece alucinadamente aventureiro. Uma luta febril, até irreal e lá vamos ofegantes sempre a "quase chegar" a qualquer lado que não se sabe muito bem onde, mas... o tempo parece urgir. Depois é fácil, faz-se algo relativamente útil, dá-se uns toques numa casinha, arranja-se rapazinho com bom aspecto e está ligada a engrenagem do dito*.
Dou por mim na mecânica sem saber muito bem se lá quero estar e como lá fui parar. A sensação de concordância com a máquina é inegável, mas não tanto a certeza de bom caminho. Sente-se o espectro da monotonia, da apatia, do bloqueio cerebral, da resignação. É complicado fugir-lhe à teia, manter a cabeça à tona e conseguir ver para lá do óbvio e do confortável.
É trabalho de casa, como lavar a loiça a seguir ao jantar.
*ramerrame (vide supra)
O mesmo que ramerrão s. m.
1. Som monótono e continuado.
2. Salmodia, litania, ladainha.
3. Rotina; costumeira.
Di-lo a DonaInês vezes sem conta, que gosta do seu ramerrame e que já não passa sem ele. Não há cá desvios ou invenções, a vidinha é levada assim e pronto. No fundo, acaba por ser tudo mais seguro por ser expectável, porque já se conhece, porque segue um trilho, uma norma e desagua em algo tranquilo, certo e feliz.
Preocupa-me.
No ramerrame andamos todos. Mais dia menos dia, espera-nos. Aliás, procuramo-lo. Enquanto se corre quase sem fôlego por um lugar ao sol, tudo parece alucinadamente aventureiro. Uma luta febril, até irreal e lá vamos ofegantes sempre a "quase chegar" a qualquer lado que não se sabe muito bem onde, mas... o tempo parece urgir. Depois é fácil, faz-se algo relativamente útil, dá-se uns toques numa casinha, arranja-se rapazinho com bom aspecto e está ligada a engrenagem do dito*.
Dou por mim na mecânica sem saber muito bem se lá quero estar e como lá fui parar. A sensação de concordância com a máquina é inegável, mas não tanto a certeza de bom caminho. Sente-se o espectro da monotonia, da apatia, do bloqueio cerebral, da resignação. É complicado fugir-lhe à teia, manter a cabeça à tona e conseguir ver para lá do óbvio e do confortável.
É trabalho de casa, como lavar a loiça a seguir ao jantar.
*ramerrame (vide supra)
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
sábado, 8 de janeiro de 2011
Palpites
A inquietação continua e não há forma de acalmar. Pena que as vozes que sabem do que falam, soem tão baixinho e por canais tão discretos. Aliás, deve ser por isso que o marasmo continua, tudo se queixa e ninguém actua. Concordo com o Pedro Magalhães, na entrevista que deu à Teresa de Sousa, no Público. Gosto que se faça ouvir e que não se cale como muitos outros investigadores, porque lhes pode pesar na reputação ou porque simplesmente não os há. De facto, as universidades deveriam servir para muito mais e melhor. Deveriam servir o próprio Estado no fornecimento de bases científicas fidedignas que lhes sustentem as medidas que nos hão-de, depois, servir a todos. E que isto seja real, que seja sustentado, pensado e justificado. Que as nossas vidas não sejam jogadas sem critério e sem crítica, apoiadas em ideias. Em meras ideias, meia dúzia de patacoadas ditas com toda a certeza e credibilidade. A malta come e cala como é de - bom - costume.
Eu aposto na mesma esperança do Pedro. Em gerações mais informadas e exigentes, em gente de pestana aberta, que questione, pressione e deixe de embarcar, de uma vez por todas, no discurso do eterno zé povinho que leva no cuzinho, coitadinho. Como? Ainda não sei. Se as fornadas que saem das escolas e das universidades me fazem acreditar nessa esperança? Nem por isso. Mas nem toda a excepção fará a regra e quando a urgência da mudança se começa a sentir, algum rasgo há-de surgir.
Eu aposto na mesma esperança do Pedro. Em gerações mais informadas e exigentes, em gente de pestana aberta, que questione, pressione e deixe de embarcar, de uma vez por todas, no discurso do eterno zé povinho que leva no cuzinho, coitadinho. Como? Ainda não sei. Se as fornadas que saem das escolas e das universidades me fazem acreditar nessa esperança? Nem por isso. Mas nem toda a excepção fará a regra e quando a urgência da mudança se começa a sentir, algum rasgo há-de surgir.
Subscrever:
Mensagens (Atom)