sábado, 8 de janeiro de 2011

Palpites

A inquietação continua e não há forma de acalmar. Pena que as vozes que sabem do que falam, soem tão baixinho e por canais tão discretos. Aliás, deve ser por isso que o marasmo continua, tudo se queixa e ninguém actua. Concordo com o Pedro Magalhães, na entrevista que deu à Teresa de Sousa, no Público. Gosto que se faça ouvir e que não se cale como muitos outros investigadores, porque lhes pode pesar na reputação ou porque simplesmente não os há. De facto, as universidades deveriam servir para muito mais e melhor. Deveriam servir o próprio Estado no fornecimento de bases científicas fidedignas que lhes sustentem as medidas que nos hão-de, depois, servir a todos. E que isto seja real, que seja sustentado, pensado e justificado. Que as nossas vidas não sejam jogadas sem critério e sem crítica, apoiadas em ideias. Em meras ideias, meia dúzia de patacoadas ditas com toda a certeza e credibilidade. A malta come e cala como é de - bom - costume.

Eu aposto na mesma esperança do Pedro. Em gerações mais informadas e exigentes, em gente de pestana aberta, que questione, pressione e deixe de embarcar, de uma vez por todas, no discurso do eterno zé povinho que leva no cuzinho, coitadinho. Como? Ainda não sei. Se as fornadas que saem das escolas e das universidades me fazem acreditar nessa esperança? Nem por isso. Mas nem toda a excepção fará a regra e quando a urgência da mudança se começa a sentir, algum rasgo há-de surgir.

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