Diz-me que o meu corpo e a minha mente precisam de sons mais alegres, que a banda sonora da minha vida actual não pode passar por baladas, melancolias e afins. “Make a joyful noise”, dizia. Não deixa de ser verdade que eu própria devo procurar fazer o meu som, animado. Abaixo os slows e as músicas deprimentes será o meu lema, embora o meu corpo e mente se comprazam com melodias da mais profunda dor e desilusão, principalmente em especiais momentos que assim me definam. Há algo de masoquista nessa necessidade de atrair a depressão à depressão, como se daí emergisse uma espécie de cura, em igual mecanismo de vacina. Assim como há momentos em que essas mesmas melodias me entediam e não há pachorra para tanto desenrolar de comiseração, aí não me cabe outra coisa a não ser festa, trompetas aos berros, bater de pezinho e cabelo ao vento. Enquanto pensava no assunto, surgiu-me esta aos ouvidos. Na mouche. Seria, com certeza, o hino da minha revolta. O Seu Jorge tem algo de malandro, de pacífico charmoso com anos de prática de lábia, que enfeitiça qualquer ‘mina neste modo de folia apaixonada.
Está dado o mote.
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